Acredito que a vida possa ser tão simples como quando acaricio meu rosto com folhinhas de hortelã.
Tão sedutora como as sementes de romã.
Tão suave como sentir brisa e gotinhas de chuva na pele.
Como respirar o ar fresco da manhã.
Corremos freneticamente em uma constante busca de viver a vida.
Preocupamo-nos tanto em buscá-la que nos esquecemos de parar segundinhos para vivê-la.
Viver esses pedacinhos que já encontramos e que já fazem parte desse conjunto de infinitas conexões.
Esquecemos que a vida não espera que nos sintamos satisfeitos com nossas buscas para acontecer. Ela, simplesmente, acontece.
Preocupados demais em procurar o que talvez nem tenhamos certeza do que se trate, desaprendemos a viver.
Então viver já não tem sentido.
O importante é buscar sei lá o quê, mas buscar...buscar.
Só assim nos sentimos úteis e ativos!
Por isso, é importante que nos permitamos um momento de lucidez e que nos demos conta de que a vida está acontecendo, simplesmente.
Não só...
No sorriso que nos pega de surpresa em uma boa lembrança.
Na mais sutil das gentilezas recebidas e ofertadas durante o nosso dia
Em um olhar de cumplicidade.
Mas também...
Nas lágrimas que derramamos e nas que provocamos.
Nas palavras que precisavam ser ouvidas, mas que foram caladas e nas que não precisavam ser ditas, mas foram.
Nos abraços e sorrisos não dados, não recebidos.
Na ajuda não dada, não recebida.
Tudo é vida...
Cada atitude que tomamos ou deixamos de tomar é vida.
Ou seja, é triste, mas vivemos esquecendo-se de viver!
A maior parte de nós está condicionado a enxergar dois tempos: passado e futuro. “Eu era, eu tinha...eu serei, eu terei”!
Pra que o presente? Não é mesmo? Quando vemos já é passado!
Ai está o nosso grande engano: “não importar-se com o agora”. Como sou? Como estou? O que eu tenho?
Essas perguntas são fundamentais. Não que tenhamos que esquecer nossas experiências passadas ou não almejar o futuro, mas não podemos mais cometer o erro de não olhar para o presente e, então, viver!