Certo dia, a Felicidade e a Tristeza se encontraram em um coração confuso e algo estranho aconteceu. A Felicidade percebeu certo olhar da Tristeza e encantou-se com ela.
Ambas sentiam-se atraídas e de carinhos na noite escura surgiu o beijo que selou tal atração. Aquele beijo não foi o suficiente, a Felicidade precisava reencontrar-se com a Tristeza. Mal podia esperar pela hora de vê-la novamente, nem que fosse de longe, só para ficar observando. E a tristeza pensava o mesmo, embora, conflituosa, relutasse contra seus próprios sentimentos.
Nada estava claro! Afinal, como pode dois sentimentos tão opostos se atrairem de tal maneira?
Enfim, nos primeiros encontros a Razão foi posta de lado. Magoada, decidiu vingar-se e pôr em evidência as disparidades entre os dois sentimentos. Assim, as conversas entre a Tristeza e a Felicidade foram tornando-se pesadas e duras. A Felicidade começou a sentir-se triste, então, além de sentir atração pela Tristeza, passou a compreendê-la. Já a Tristeza na falta da Felicidade, além de sentir-se atraída por ela, percebeu o quão bom era tê-la por perto e senti-la. Pela primeira vez, a Felicidade e a Tristeza sentiam-se parte uma da outra. Perceberam que em toda felicidade há um pinguinho de tristeza e em toda tristeza há um pouco de felicidade. E que a inexistência de uma tiraria o sentido da existência da outra. A Emoção que esteve presente em todos os encontros e torceu muito pela união da Felicidade e da Tristeza ao saber da má atitude da Razão, a repreendeu energicamente. Sendo assim, a Razão sentindo-se fracassada e arrependida de seu intento de vingar-se dos dois sentimentos decidiu confessar que, naquele coração onde os dois se encontraram pela primeira vez, morava um sentimento que muitas vezes a deixava de lado, mas que, ainda assim, era o mais nobre dos sentimentos e chamava-se Amor.
(Por Karen Raquel Tanski)
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